domingo, 25 de dezembro de 2011

"O Silêncio" de Mohsen Makhbalfaf.

"É preciso fechar os olhos pra enxergar. A visão nos distrai."



 ......




Outra raridade que conheci  neste ano. 
Com sons, texturas e detalhes encantadores. 
Esse é um filme simples e lindo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Três filmes que tive o prazer de conhecer em 2011:


O Céu de Suely, de Karim Aïnouz;
O céu no Andar de Baixo, de Leonardo Cata Preta e
José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes



"Quanto é a passagem pro lugar mais longe daqui?"



"O que um pé de manga espada sabe sobre o amor,
além das marcas deixadas por bêbados e vândalos?"



“Olha que coisa linda que acabei de dizer, Pilar: 
eu tenho ideias para romances e você tem ideias para a vida. 
O que é mais importante?”.
“Eu não sei, mas acho que são ideias para a vida”










FOME!

Ano estranho esse dois mil e onze...

Definitivamente, a palavra que o descreve é intensidade.
Não sei ao certo quantos anos se passaram dentro desse, sei que muitas pessoas esbarraram em mim por caminhos infinitos, assim como muitos caminhos esbarraram em mim por pessoas infinitas.
Não me lembro de em toda a minha vida ter permitido tamanha invasão em meu território... Não me lembro de ceder tantos lotes de mim assim...

Vivi momentos de sentir a eternidade nas mãos, de ouvir a música do universo e notar que o ritmo se assemelha ao do meu coração.
Teve riso, muito riso. Teve brilho em muitos olhos. Closes, zoons e tudo o que é o mais perto possível. Teve laço, teve abraço, teve plano, teve suor, teve cansaço, teve amor, amizade, teve ódio, teve muitas flores, muitas nuvens. Nuvens demais.

Fui ao céu e caí de lá várias vezes. Criei asas e troquei as penas numa velocidade até então desconhecida. Fui deus e fui também demônio.

Muitos acasos e muitas borboletas me levaram a lugares aonde eu queria exatamente estar e a outros nos quais nunca me imaginei, pelo contrário, sempre evitei, repudiei...
 Recebi marteladas as quais já fazem parte do que sou hoje e já me arrancaram um punhado bem grande de qualquer leveza que eu pudesse possuir até então. Agora em algum lugar aqui dentro há muito espaço pra ser aço, pedra e lama, onde antes sempre foi jardim.

Meu corpo virou -mais que nunca- um trombolho desgovernado. Me saturei de mim. Me expeli de mim. Minha mente virou um ruído de fora do ar.

Implorei pra que o mundo parasse, pra que eu pudesse descer, mas que nada, ele só acelerou.
Nunca agi tanto, nunca mudei tanto, nunca falei tanto, nunca dancei ou chorei tanto quanto nesse ano. Nunca havia vivido tantos ''tantos'' assim.
Muita coisa bonita. A beleza superou a maldade, de longe.

Nasci e morri mil vezes. Como sei que deve ser.

Fechei os olhos e quando os abri, notei que estavam mais abertos que antes.
Sobraram ainda muitas folhas secas, explosões e silêncio. Sobraram ainda muitas coisas que não deveriam sobrar.

Esse foi um ano de muitas voltas ao infinito. Um ano doido, frenético, neurastênico, caótico... Amei ele por isso.
Prefiro o movimento, mesmo que requeira sacrifícios montanhosos.

O que fica é uma grande tontura de quem fez e sentiu muito, tudo ao mesmo tempo.
O caos de sempre, mas elevado a alguma potencia desconhecida.
Fica uma náusea, uma febre, uma vertigem.

Termino esse conjunto de meses sendo muito menor do que sempre fui.
Com medo, encolhida num canto.
Mas com uma ânsia gigante de vida, de universo, de gente.




Dois mil e onze me presenteou com muita sede, e com muita fome de horizonte.
Infinitamente, obrigada.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

janela da alma

É muito bom olhar e achar que conhece o que há embaixo da superfície.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Desses mundos e seres fantásticos, ficam apenas sopros e sombras fantasmagóricas...
Silhuetas de vácuo, vultos indefinidos.

Resquícios de nada.
Assombro.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Mudançemos

Eu mudanço. Tu mudanças. Ele mudança. Nós mudançamos. Vós mudançais. Eles mudançam.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ao Bolota, que nunca mais vi.

Hoje, "nhori nhori" tá ecoando na minha cabeça.


Ai, queria te mostrar tanta coisa...
Queria te dizer das coisas que tenho feito, ias gostar muito eu sei. Saudade de conversar contigo. 
Uma saudade gigante de parar naquela praça toda vez, de beijar aquela careca e em seguida aparecer do nada na tua cozinha depois de tirar a cortina de pano do caminho. 
Saudade de colocar os papéizinhos das comandas naquela caixa de madeira, cheia de quadradinhos. De sentar do lado daquele papai noel piauense e com ele jogar conversa fora, observar as pessoas e ouvir suas histórias. 
Saudade de ter ciúme de vocês com todo mundo. Saudade de te prometer uma viagem pra Fortaleza, de me convidar pra ir na sua ilha legal. 


Saudade de vê-los quando queria, dos abraços macios e aconchegantes, de contar quantos navios tinham no rio, de ver a lua nascendo da água, de assistir aos mesmos dvds piratas de sempre, de lavar as tulipas sujas de cerveja, de convidá-los pros nossos picnics, de ouvir suas vozes, suas gargalhadas, suas reclamações. De enxergar o cansaço nos seus olhos, de sentir a força das ausências em suas almas.


Ainda bem que vocês passaram por mim, ainda bem que fizemos parte dos universos um do outro.
Saudade de vocês aqui.




Quanta falta. 



ainda tem algo errado


do que não consigo saber



dragões

moinhosdevento

estrelasapagadas

amoràscausasperdidas

tudoenada

oquenãotemsignificado

oquenãoseconhece

oqueéinfinito

oquesóexistepramim

silenciosquerasgam

ondevivemosmonstros

oqueeuinvento

comoeuvejo

oquerealmenteimporta

oqueédefato

.caos.

engoliromundo

seapaixonardenovopelavida

oquefazasplantascrescerem

quemseimporta

edaí?

muitasperguntas

muitaambição

parardequerertantacoisa

parardequerertantacoisa

.parar.

cacos

buracosnegros

nebulosas

oquenãodápraexplicar

oquenãosedeveexplicar

.oqueeunãoquerosaber.

.Eu quero.

Me esconder nas pinturas de Klimt ou nos olhos vazios das pessoas de Modigliani...
Todas as suas cores e todos os seus sentires.
Suas linhas, suas curvas, seus corações. Seus pesares.
Eu quero.







sábado, 3 de dezembro de 2011