terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu quero é ver o oco, cheirá-lo, senti-lo, abraçá-lo e explodir com ele.


De novo aquela vontade de engolir o mundo... Ânsia imobilizante de fazer tudo, que leva inevitavelmente a não se fazer nada. Vontade de "explodir colorido, no céu dos cinco sentidos. Nada no bolso ou nas mãos.” como bem descreve a frase da música caetanavelósica.
Muitas coisas me vêm em mente pra fazer, muitos assuntos batem à portinhola torta da minha cabeça a fim de serem destrinchados em tentativas quaisquer de textos. Muitos projetos, muitos achismos, muitas confusões. Uma angústia que não vem do vazio existencial, aquele que nos visita de quando em quando, mas sim de um troço que seria uma espécie de cheio existencial, é um muito, é um tudo, um tanto muito de tudo.
Universo se expandindo através de novos movimentos. Organização não há. O caos é a ordem. A desordem conduz. Novidades. Caminhos mil. Estanco. Descompreendo tudo. Compreendo nada. Refugio-me. Me abstenho de mim. Mas em alguma parte do ar acima desse mar que me navega turbulento, passeiam mansas aves que sabem ser este um daqueles momentos que antecedem a chegada ao cume da montanha de subida tortuosa. O máximo de alguma coisa que em instantes tornar-se-á seu extremo oposto inversamente proporcional. O que vem? O que vem? O que vem? O que vem? O que vem?  Pergunta doido o eco da minha consciência. O quê, meu deus, pode vir? O que está por vir? O que esse devir safado está a guardar de mim/ a mim?
O QUE SERÁ?

*

“A realidade é um fluxo ao qual é impossível se apegar. Não há nada seguro nesse mundo.”

terça-feira, 22 de maio de 2012

De longe as pessoas são tão pequenas, aliás, é tudo tão pequeno quando se está distante.
Há, porém, um perto -um destino não muito fácil de se chegar- que escancara a grandeza de universo que todo mundo traz consigo.
Depois de alcançado, fica parecendo mesmo é que não há nada e nem ninguém que não traga em si o peso da complexidade de existir.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


Vou fingir que não sei de todas as coisas que finges não existir.
Vou fingir que sabes fingir.
Vou te fingir pra mim, só pra não perder o costume.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

dance.

Ouço essa música,
delicada, macia, de leite...
Sinto-a lenta,  flutuando, dispersa no ar.


Tão bonita...


Enquanto tocar, dança comigo?
Com os olhos fechados, pés leves e mãos firmes em minha cintura.


Mas só comigo,
que essa música assim, desse jeitinho,
sou só eu que ouço. 





terça-feira, 8 de maio de 2012





























Tem um fio de aço que perpassa o coração da gente...
Que liga as almas todas uma nas outras...
É uma coisa densa que dói, dói, dói,
dói TANTO,
que de repente ou vira paz e sossega ou vira chorume e apodrece pra sempre.

Então é isso (!?),  não importa o quanto a humanidade já te surpreendeu, quão boquiaberta já te deixou, as pessoas ao teu redor ainda vão te surpreender com algo feito da matéria mais inesperada, algo assombrosamente alheio a tua vida, algo novo de fato, feito do escuro mais escuro que o desconhecido mais longínquo pode te mostrar, algo -contraditoriamente- estupidamente óbvio em se tratando de seres humanos. Será? Não consigo imaginar até onde vai o fundo do fundo da feiura que uma alma pode ter...

A gente vive, vive, vive, vive que só, só pra entender que os clichês estão quase sempre certos, que aqueles lugares-comuns, dos mais comuns, não passam de verdades. Que aquelas frases todas que foram repetidas a exaustão por toda a sua árvore genealógica, por todos os sábios e ignorantes que a humanidade criou, por todos os porres nos bares, os professores na escola, os molequinhos nas ruas, os avôs em suas cadeiras de balanço, os motoristas de taxi, os melhores amigos, os livros, enfim que todas essas palavras proferidas em looping por essas bocas todas da vida, simplesmente têm razão. Nessa hora caem umas gotas grossas de desânimo na testa.

Ah não! Por favor! Por favor! Por favor! Improvável, impossível do universo, seja lá o que for, venha do infinito pousar na minha frente e me provar que a vida e as pessoas não são tão óbvias assim. Vem logo!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Não,



                                                            


           
































não me servem as metades.

Aqui (ou Memórias Do Cárcere)_Cordel Do Fogo Encantado
Vou 
Vou pregar na parede
Um pedaço de céu
Que você me mandou

Vou buscar outra constelação
Entre a noite que vai
E o dia que vem

Eu canto aqui
Eu olho daqui
Eu ando aqui
Eu vivo

Canto aqui
Eu grito aqui
Eu sonho aqui
Eu morro...
(morro)

Vou 
Vou riscar no meu braço
Um pedaço de mar
Que você me deixou

E criar outra recordação
Do primeiro lugar
Que acordei pra te ver

Eu canto aqui
Eu olho daqui
Eu ando aqui
Eu vivo

Canto aqui
Eu grito aqui
Eu sonho aqui
Eu morro... 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

sobre perfeição

Ou serei eu quem não estará lá?

                                                                                                                                                      http://rafaelsica.zip.net













Que fotos serão essas que olharei taciturna sentada na beirada da cama?
Do que sentirei saudade?
Quem não estará lá?
O que  falarão a mim os ventos de meus bolsos?
Que cor terá a linha puída que prenderá o último botão da minha bata florida e surrada?
Que ausências serão essas que me esmagarão a alma?
Que memórias preencherão de sépia o quarto ao meu redor?
Que tamanho terão meus cabelos brancos?
Quem estará a me encarar de dentro da xícara de café?






Eu quero o perto,

Daquele mais perto que tem,
que escancara as grandezas.
Sim, aquele que desmascara nossas pequenisses viciadas.
Quero aquele perto que de tão perto mostra tudo o que é. O que de tão perto não sente necessidade de ocultar.

Quero aquele perto que desfoca, que distorce os limites...