domingo, 25 de outubro de 2015

calei-doscópio

Na esquina o ranger da placa da malharia, que tremula com o mínimo bater de vento.
Acima da cabeça, à esquerda, a lua.
Nos ouvidos, ondas de um "caleidoscópio sem lógica".
Pego as chaves.
Entro.
Permaneceço.
Calo.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Parabólica




Fonte desconhecida

terça-feira, 20 de outubro de 2015

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

águas de outubro - cantares líquidos - sopros, sonolências

Vem a onda e bate, espalha, balança e volta.
Constante impermanência, ruído salutar, barulho de água, canção de ninar.
Carinho nos olhos, vibração suave, vento na alma, leveza.
Espaço - tempo sem tensão, descanso, alento, mansidão.
Calmaria. Acalma. Acalmar... Calmario, com alma, calma/rio.
Mente oca. Ondas cerebrais líquidas. Volume baixo na cabeça, volume alto na água.
Fluir... Fruição.

Vem a onda e bate, espalha, balança e volta.
Cí-cli-ca....
Massageia as dores. Desembaraça o que é amargo.
Água santa que nada quer, nada espera, nada olha.
Apenas É, apenas molha, bate, espalha, balança e volta.

De onde vem o sol?
Vem dela, a mesma dona soberana da lua.
A dona de nós. Ela.
Aquela que enxarca, aquela que abraça, aquela que reflete, aquela que dilui.
Aquela que evapora, aquela que congela, aquela que derrete, aquela que flui.
Aquela que pinga, aquela que banha, aquela que rega, aquela que há em nós.
Aquela que tanto me fala sem precisar de uma só voz.
Ela que são muitas e que estão em toda parte.

Elas que dançam, elas que amansam, que carregam os barcos, que suportam os navios.
Elas que lavam, elas que testemunham, e que cantam pra quem sabe ouvir.
Elas que ajudam o universo a soprar seus cânticos afetuosos pra gente dormir.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

desconcentração

Não consigo me concentrar.
Não consigo acordar, levantar e resolver.
Não consigo resolver, não consigo.
Nada.
Aquela hora em que o céu fica azul e rosa... Aquelas horas todas derretidas... Aquelas horas todas. Coração inflamado.
Problema de desnitidez. Desfocolia.
Não me concentro.
Meus gestos mais mínimos, sempre destroem, em maior ou menor proporção, estão sempre destruindo.
Enxergo muito bem coisas que não são ou estão. Enxergo só o que se sente. Sinto demais.
Inflamação na alma. Doses diárias de pequenos vulcões.
Mente saindo do ar de quando em quando, ruídos de comunicação interna.
Câmera lenta.
Montanhas russas na garganta, ventos negros e agudos no rosto, ventos frios. Sopros desconcertantes de vida.
Existência erradia.
Em cada horizonte um nascimento furando a alma. Ao fim do dia, uma morte gritando a vida.
Àguas e sóis se pondo. Àguas e sóis nascentes.
Impermanência constante.
Cortes em um rosto sem boca. Boca que nada diz. Olhos que dizem mais.
Atenção demais, informação demais, não consigo me concentrar.

DROP THE GAME - Flume & Chet Faker