Bem e mal, certo e errado. Não
existem. Existe você. Existem suas vontades, expectativas... E as pessoas. “Os
outros”... Eles também existem, com seus próprios vislumbres. As pessoas se
sentem bem ou não, de acordo com o que lhes rodeia. Elas podem fazer bem ou mal
umas as outras, mas isto é secundário diante da linha progressiva que guia seus
atos visando um “ir” que lhe cause o bem. As pessoas querem se sentir bem. Tem
uma força que move a todos e faz com que viver tenha algum sentido, e esta
força se extrai justamente do viver. E no viver, as pessoas buscam seu próprio
bem-estar. Independente “dos outros”. Não de todos os outros, mas de alguns.
Por que uma parcela dos “outros” é necessária para que este bem-estar se
estabeleça. De repente não exista bondade, não exista amor, não exista paz.
Talvez só exista a liberdade. E nós.
Talvez esses substantivos abstratos sejam o coelho das corridas de cachorro. Algo a ser buscado, seguido. Algo que nos impulsione em frente com tanta força que não possamos nos deter e nem somos capazes de entender ou querer entender o por quê.
Talvez esses substantivos abstratos sejam o coelho das corridas de cachorro. Algo a ser buscado, seguido. Algo que nos impulsione em frente com tanta força que não possamos nos deter e nem somos capazes de entender ou querer entender o por quê.
O que diz se algo é bom ou ruim? Seria
o número de pessoas que se beneficiam com ele em detrimento ao número de
pessoas que se prejudicam? Se deixar mais pessoas felizes do que tristes, este
será algo bom? Ou seria a intensidade da felicidade ou da tristeza a unidade de
medida mais adequada? Será mesmo que alguma coisa nesse mundo pode ser medida?
Por que esperar dos outros exatamente aquilo que não sou capaz de fazer? Por que exigir que as
pessoas sejam exatamente o que eu não sou? Por que necessitar de tanta atenção?
Por que tentar fugir tão desesperadamente da condição humana mais forte? Por
que seguir em meio a toda essa estrutura de caminhos pré-traçados? Caminhos
prontos desde muito antes de nascer. De eu nascer. De os outros nascerem. O que
é um caminho? O que é andar? O que são essas estradas misteriosas que se cruzam
dentro de mim? É tudo feito de medo. E é tudo falso. E todo mundo se empenha
tanto em falsear ainda mais tudo o que existe... Fuga! Fuga...
Entre dormências e espasmos ainda sinto estrelas nascendo em mim. Sinto que nada é real e ao mesmo tempo tudo o é. Preciso parar de querer tanto. Preciso não esperar tanto das pessoas. Preciso não adotar como meus os substantivos abstratos que movem esse mundo. Coisas me fazem bem e coisas me fazem mal. Mas eu nem sei o que significa isso direito. As pessoas só estão tentando viver, elas não tem a menor culpa. Culpa é outra coisa que não existe... Tudo age por uma força motora oculta que impulsiona tudo à frente. E por isso existe amanhã. Eu não sei de nada. As pessoas não sabem. Quem escolheu no que temos vindo acreditando durante todos esses milênios? Quem escolhe que caminhos devem seguir os amanhãs?
Entre dormências e espasmos ainda sinto estrelas nascendo em mim. Sinto que nada é real e ao mesmo tempo tudo o é. Preciso parar de querer tanto. Preciso não esperar tanto das pessoas. Preciso não adotar como meus os substantivos abstratos que movem esse mundo. Coisas me fazem bem e coisas me fazem mal. Mas eu nem sei o que significa isso direito. As pessoas só estão tentando viver, elas não tem a menor culpa. Culpa é outra coisa que não existe... Tudo age por uma força motora oculta que impulsiona tudo à frente. E por isso existe amanhã. Eu não sei de nada. As pessoas não sabem. Quem escolheu no que temos vindo acreditando durante todos esses milênios? Quem escolhe que caminhos devem seguir os amanhãs?
Me sinto aprisionada pelas
palavras, e vejo que toda a humanidade está. Imaginam uma revolução
das máquinas, da inteligência artificial... Falam em controle do criador pela
criatura... Pra mim, isso já acontece desde que inventaram a palavra. Eu quero compreender
o que é isso tudo sem a barreira das letras, das frases, dos significados. Eu
quero sentir de fato, SENTIR, sem referências, parâmetros ou conceitos. Eu
quero querer outras coisas e não a isso a que me sinto tendenciada. Eu não
quero querer as pessoas. Eu não quero me aprisionar a elas e tentar a todo
custo aprisioná-las a mim, como se nada do que lhes faz bem fosse tão importante
quanto eu, como se fosse ao meu redor que flutuasse o universo todo. Quero ser
capaz de apenas prolongar o que me faz bem, e até enquanto prolongar o que faz
bem aos outros me fizer bem, também quero querer isto. Quero não esquecer que
não há no que se apoiar. Não há esteios, eixos, pilastras. Não há nada além da
vida. E que não há nada além de mim e os outros. E que todos estamos e sempre
estaremos sós. E que talvez nada haja
que nos assemelhe além da liberdade que possuímos. Somos livres. E não sabemos
o que buscar. Enfiaram-nos metas goela abaixo. Enfiaram-nos sentidos,
objetivos, motivos. Me recuso a ser submissa de um senhor que nem existe. Me
recuso a correr atrás do coelho. Eu quero... Eu não sei o que eu quero. Mas eu
sinto. Há algo imenso que sinto. Há uma inundação em mim. E isso me impulsiona
em todas as direções e ao mesmo tempo imobiliza.
Não sei. Por que todo esse espetáculo? O que eu faço aqui no meio? “Chegou a sua vez”. Diz alguém lhe tocando as costas. Aqui, todo segundo é “a sua vez.” E em todo segundo você sabe que o que menos sabe é o que fazer. Vexatório isso de viver... A maldade existe. Eu a vejo com todos os milhões de olhos espalhados na minha alma. Sinto que talvez quem outrora afirmou que somos todos maus estivesse certo. Tem muita maldade em tudo isso. Ás vezes parece que é ela que move tudo e é ela que faz as plantas crescerem e não o amor como alguém me disse uma vez olhando em meus olhos. Mas talvez isto seja no que a própria maldade quer que eu acredite.
Talvez a maldade seja eu. Talvez sejam os meus medos ou os meus sonhos. Talvez existir seja uma maldade inevitável.
Temo monstros que não existem. E ignoro os anjos. Mesmo que não existam erros, parece que é tudo um grande equívoco.
Não sei. Por que todo esse espetáculo? O que eu faço aqui no meio? “Chegou a sua vez”. Diz alguém lhe tocando as costas. Aqui, todo segundo é “a sua vez.” E em todo segundo você sabe que o que menos sabe é o que fazer. Vexatório isso de viver... A maldade existe. Eu a vejo com todos os milhões de olhos espalhados na minha alma. Sinto que talvez quem outrora afirmou que somos todos maus estivesse certo. Tem muita maldade em tudo isso. Ás vezes parece que é ela que move tudo e é ela que faz as plantas crescerem e não o amor como alguém me disse uma vez olhando em meus olhos. Mas talvez isto seja no que a própria maldade quer que eu acredite.
Talvez a maldade seja eu. Talvez sejam os meus medos ou os meus sonhos. Talvez existir seja uma maldade inevitável.
Temo monstros que não existem. E ignoro os anjos. Mesmo que não existam erros, parece que é tudo um grande equívoco.