quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Parece que não posso mais...
I can't make it anymore - Richie Havens
...
But something is not the same and i won't let may mind believe
Baby something's wrong, all the feeling's gone
I can't make it anymore, I can't make it anymore
Lately I don't feel much like talking
Instead of going home I just go out walking
And thinking too much and not longing for your touch
Baby something's changed, I don't feel the same
I can't make it anymore, I can't make it anymore
Don't know the reason why, but I just can't lie
When I feel this way, there are things that I must say
Can't make it anymore, I can't make it anymore
Oh anymore
Where did we go wrong? Where do i belong?
Let me found out when, did it all begin
Why I'm leaving you, why our love is through
I can't make it anymore, I can't make it anymore
***
Momento de I can't make it anymore... Música que sempre me amacia os ânimos. O curioso é que sempre cantei o penúltimo verso "Why I'm leaving you, why our love is through" como se terminasse com "why our love is true". Diferença fundamental no sentido da frase, que só agora pude notar.
domingo, 23 de dezembro de 2012
aprofundar-se no alto
Há uma percussão.
Leve e ritmada.
Pulsar suave. Batida sem baque. Toque de leve. Balançar malemolente.
Suas ondas de som me envolvem num abraço amigo e gentilmente me levam para onde não estou.
Fecho os olhos, abro a alma.
Vou.
Além parece um bom lugar pra se ir.
"O agora é belo e vale reunir energia para ele. Tudo é importante."
Brahma Kumaris
domingo, 16 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
triz
Por um... Por pouco. Diante do abismo, uma espera pulsante. Hinos ecoam de estrelas distantes.
A mão que sai dum coração e arranca o olho da testa, faz desver e desvela.
Um triz é um quase-nada. Um muito pouco. Um ponto infinitezimal, que de tão pequeno quase não é ou é infinitamente. Tenho sido por um triz... Assim como tudo ao meu redor o é.
E as fronteiras onde acabam/começam os trizes, ficam cada vez longe.
Se expandem os limites. Tensionam-se as barreiras.
Por pouco, explosão. Por mil trizes, expansão.
domingo, 25 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Comédia Dell'arte
Rocha do Sucatão agoniou tanto o juízo de todo mundo, gritando em cima daquele trenzinho elétrico dele por todo canto da cidade, que conseguiu... Quero ver o que vai fazer além de gritar e buzinar.
Eu não sou avessa à política, até por que não vejo maturidade suficiente nas pessoas pra viverem numa sociedade sem alguém na frente ditando coisas a serem feitas. E acredito, ao contrário do que afirma um monte de gente por aí, que essa galera da política representa sim o povo. É exatamente assim que a gente é, a quem queremos enganar? A vida virou uma comédia. O que norteia o povo são as mesmas aspirações que norteiam essas pessoas que estão lá no posto de "representantes". Somos egoístas, somos bitolados, queremos vencer na vida, queremos o bem do outro sim, lógico que sim, mas, claro, que ele esteja bem longe de mim e passe na minha casa pra pedir comida que já tá ótimo, (e que não seja na hora do almoço*).
Cada um do seu jeito, cada um com seus argumentos, cada um com toda a bagagem única que possui, com a visão única da vida que possui, cada um seus sentimentos ou com a falta deles. Enfim, ainda não nos livramos disso, nem vemos motivo pra pensar em outro jeito de viver que não reforce esse processo. Afinal pra quê né? Se ensinaram pra gente que "seríamos alguém", que "venceríamos na vida" se tivéssemos um bom emprego, um trabalho que nos desse dinheiro e que nos fizesse bonitos, sensuais, "bons de cama", inteligentes e cheios de gente que nos ama ao nosso redor.
E se nos ensinaram isso tão sutilmente que a gente nem sabe quando aconteceu, e se nos ensinaram tão bem que a gente nem vê nada de errado, e se a gente aprendeu isso tão bem que nem consegue ver que isso existe, e se é tudo isso tão desse jeito, e está tudo tão certo no seu lugar apesar dos pesares, pra quer se preocupar? Não sei.
Sei que se por acaso, você não quiser vencer na vida, só quiser viver, e se tiver consciência de que sempre foi alguém desde o momento em que começou a existir.... E se não tiver preguiça de fazer as coisas do jeito mais difícil só porque são elas que você realmente quer fazer. Provavelmente todo mundo vai querer te engolir, não por nada, não por maldade, (afinal somos todos muito bons né?) mas por que você é um brinquedo com defeito, não importa se a fábrica é de fachada ou se ela nem existe de fato... Brinquedos com defeito são relegados ao lixo. E é claro que depois de passar por todo o processo pelo qual passa o lixo, quando estiveres em algum lixão por aí, alguma criança poderá te achar, te lavar e levar pra casa dela, mas isso é só uma possibilidade.
Sei que bem poucos vão ler isso tudo. Sei que pra muitos estou caindo em lugar-comum falando essas coisas, e pra outros isso é só coisa de quem não tem o que fazer e eu ainda preciso viver muito pra entender um pouco mais sobre a vida. Sem problemas, só um desabafo mesmo. Uma parte de mim até concorda com essas opiniões. Mas é que conheço muita gente que escolheu ir pela via oposta disso, que não quer vencer na vida, que sabe que É e ponto. E eu me encaixo nesse grupo, mas grande coisa, eu também uso calça jeans, às vezes tomo coca-cola, assisto TV, voto, e penso muito mais em mim. Não sei exatamente o que dá pra fazer de concreto com esse posicionamento, a não ser usar a visão pra debochar do que acontece, às vezes eu não vejo outra opção que não seja rir disso tudo também. Mas se eu paro pra pensar não tem graça nenhuma... Mas e daí né?
... Fugi pra caramba do que queria falar, mas a ideia principal era que a gente olhe pros políticos e avalie se eles não passam de personagens caricatos nossos. Com as nossas características elevadas a níveis extremos. Uma grande comédia dell'arte de nós mesmo.
... Fugi pra caramba do que queria falar, mas a ideia principal era que a gente olhe pros políticos e avalie se eles não passam de personagens caricatos nossos. Com as nossas características elevadas a níveis extremos. Uma grande comédia dell'arte de nós mesmo.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Cortisol ou Parabéns, você ganhou um hoje especial, totalmente grátis!
Eis que mais um hoje mortífero despenca de algum buraco negro e esmaga tudo o que há embaixo. Veio ele com a força de todos os orgasmos do mundo de uma só vez. Destruidor e fortalecedor.
Ele não tem olhos, nem boca, nem ouvidos, nem coração. Ele existe para matar. É calculista, frio e meticulosamente bom de mira. Um hoje especial, embrulhado para presente. Embrulhado para futuro. Um hoje cuidadosamente embrulhado...
Quantas vezes um ser humano é capaz de morrer em vida será? Talvez a mesma quantidade de segundos que possua sua existência.... Acho desperdício esse comércio todo ao redor da morte, mas quando morrer, na minha lápide -se rolar uma- quero que esteja escrito algo assim: "Morreu de nunca aprender a viver. Mas já tinha morrido pra caramba enquanto tava viva, então tanto faz."
...E hoje era um cinco. Um cinco em outubro. Um cinco de outubro.
Cincos de outubros me dão calafrios.
Ele não tem olhos, nem boca, nem ouvidos, nem coração. Ele existe para matar. É calculista, frio e meticulosamente bom de mira. Um hoje especial, embrulhado para presente. Embrulhado para futuro. Um hoje cuidadosamente embrulhado...
Quantas vezes um ser humano é capaz de morrer em vida será? Talvez a mesma quantidade de segundos que possua sua existência.... Acho desperdício esse comércio todo ao redor da morte, mas quando morrer, na minha lápide -se rolar uma- quero que esteja escrito algo assim: "Morreu de nunca aprender a viver. Mas já tinha morrido pra caramba enquanto tava viva, então tanto faz."
...E hoje era um cinco. Um cinco em outubro. Um cinco de outubro.
Cincos de outubros me dão calafrios.
Três pratos de trigo para um tigre deveras triste.
E como é que se esconde do escuro mesmo?
De repente é fechando o olho, de repente é abrindo... Deve ter um jeito.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
Numa tarde qualquer em frente ao rio
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
incoerências de dias débeis
Minha rua tem cheiro de pão às 04:30, às 15:30 e às 21. Aquele bolo de ontem, incrivelmente delicioso, acabou, acabou mas não deixa minhas papilas gustativas em paz. E agora tem um prédio que me impede de ver a lua da calçada. Grudei um chiclete no meu coração sem querer. Tive sensações pré-desmaio duas vezes nesta manhã. Meu bolso tá manchado. Preciso andar de bicicleta. Idéia fixa. Me sinto doente. Preciso precisar de alguma (outra) coisa.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
sobre um "sei" oculto que paira.
Abro os olhos e SEI.
Acordo com a suave sensação (ou seria sentimento?) de que SEI, simplesmente. Sensação esparsa, diluída, tranquila...Não sei exatamente a que frase ele (o "SEI") pertence. Se vem casado com combinações de palavras como: "o que fazer", "o que está acontecendo", "o que é isso tudo", ou se precede um ponto de interrogação grande e transparente entre parênteses...
É um sei difuso, macio e expandido. É invisível, mas o sinto como se inscrito com letras garrafais, não só em mim, mas em toda parte ao meu redor, como um sutil campo de uma força neutra, nem positiva nem negativa.
É um sei difuso, macio e expandido. É invisível, mas o sinto como se inscrito com letras garrafais, não só em mim, mas em toda parte ao meu redor, como um sutil campo de uma força neutra, nem positiva nem negativa.
Sinto lábios ocultos que me sorriem calmos e a mim sussurram: "SABES..."
Há resignação e paz borrifadas no ar.
Talvez alguma certeza tenha sido soprada a mim num sonho.
Talvez seja a certeza de que SOU, e que por SER, necessariamente, o eixo -mesmo que torto e frágil- desse SOU, SABE... SABE alguma coisa importante, algum mistério, alguma resposta...
Ou que SABE, simplesmente.
***
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Esse blog tá cada vez mais ridículo. Perdi meu senso estético em alguma curva em alta velocidade no meio do caminho. Ou me dou agora de cara com o fato de que nunca o tive... Enfim, preguiça de ajeitar, preguiça de se mexer, preguiça de viver. Tem uma preguiça gigante me imobilizando nesse instante, esse texto, por exemplo, escrevi por comandos telepáticos. É o máximo de esforço que sou capaz de fazer no momento... Tchau.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
O universo é uma saia bordada com estrelas,
uma saia feita de um pano muito macio mas muito pesado.
A vida é uma saia bordada com milhares de minúsculos universos e costurada com fios longos feitos de mistérios rebuscados.
Nascemos usando estas duas saias ao mesmo tempo.
Mesmo quem não quer isso. Mesmo quem não vê isso. Mesmo quem não sente isso.
É inevitável, todos nós as vestimos.
Não sei bem, mas me parece ser preciso dançar se não quisermos sentir o verdadeiro peso delas.
E pode ser que a gente não tenha sido feito pra aguentar tais pesos. Talvez sejamos pequenos demais.
Pode ser que dançar seja mesmo nossa única opção. Mas também pode ser que eu esteja errada.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Bege, dores, ônibus.
Dia bege. Ônibus lotado.
Do fone sai a voz rouca e nordestina de Belchior. Na tela fina pendurada atrás da cadeira do motorista, completamente mudas, muitas mulheres semi-nuas cantam, rebolam, são carregadas, tocadas e enfregam-se uma nas outras. No banco em minha frente uma criança me encara. Olho da janela pra rua e de repente alguém que fito por segundos vira e olha exatamente na direção de meus olhos, como se sentisse meu olhar a cutucar suas costas. Vejo uma moto sendo lavada numa calçada. Um laranjado muito forte em algum objeto qualquer me chama a atenção em outra parte da rua.
Em minha mente pensamentos muito rápidos passam sob a forma de palavras soltas:
Do fone sai a voz rouca e nordestina de Belchior. Na tela fina pendurada atrás da cadeira do motorista, completamente mudas, muitas mulheres semi-nuas cantam, rebolam, são carregadas, tocadas e enfregam-se uma nas outras. No banco em minha frente uma criança me encara. Olho da janela pra rua e de repente alguém que fito por segundos vira e olha exatamente na direção de meus olhos, como se sentisse meu olhar a cutucar suas costas. Vejo uma moto sendo lavada numa calçada. Um laranjado muito forte em algum objeto qualquer me chama a atenção em outra parte da rua.
Em minha mente pensamentos muito rápidos passam sob a forma de palavras soltas:
"Letargia", "loucura", "fumaça", "taquicardia", "parada", "escolha"...
Em alguma cama por aí alguém sente dores muito fortes. Dentro de uma casa perto dali alguém acha que vai morrer e que não suportará a corrosão interna sentida neste instante. Um pouco mais distante nascem algumas pessoas. Menos longe, alguém que deveria trabalhar não consegue parar de pensar em algo que muito lhe preocupa. Passo pela ladeira e no ritmo das rodas do ônibus "deslizo" por debaixo das sombras frondosas daquelas àrvores gigantes.
Em meu rosto, vento. Em meus olhos, sede. Em meu coração, flores e medo.
Em meu rosto, vento. Em meus olhos, sede. Em meu coração, flores e medo.
Ouço sons de vida brotando e tão fortemente de morte também. Há céu, asfalto, carros, gente, grades, cores, barulho, lágrimas. Há dores, sorrisos, estrelas, crimes, filmes, café, desenhos, chuvas, taxis, vinhos, mágicos, ventiladores quebrados, aviões, casamentos.
Há tantas coisas.
Onde a ordem? Nada tem a ver com nada. Não tem nada a ver estarmos aqui. Nada tem a ver.
A vida tem me saído tão desconexa... Grande, bela e doida desconexão
Há tantas coisas.
Onde a ordem? Nada tem a ver com nada. Não tem nada a ver estarmos aqui. Nada tem a ver.
A vida tem me saído tão desconexa... Grande, bela e doida desconexão
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
"Solto as palavras no aquário.
Entre algas navego nas estrelas.
Sigo só no sonho e me desperto.
Num abraço no vento embaraço meus cabelos.
Abro os olhos para amanhã que se estende
no quintal da minha ausência.
Acerto o relógio para esquecer o tempo.
Estou aqui e o que fazer?
Os rostos de concreto, as roupas de aço,
Estou aberto à flor, ao crime, ao anonimato.
Respiro e sigo em frente entre os feridos."
Ronaldo Rodrigues
quarta-feira, 4 de julho de 2012
quem sabe a vida é não sonhar...
imagem da internet |
E vem aquele anjo estranho sussurrar em meu ouvido que talvez as minhas verdades não interessem a ninguém.
Seco, me encara e pergunta com seus olhos:
O que queres provar?
O que é isso que procuras? Pra quê?
Seu silêncio me convence dizendo: Cala-te. "Abstém-te e suporta''. Olhe ao redor, mas olhe "sob a perspectiva da eternidade".
Sem opção, engulo o grito.
E a vida me morre mais um pouco.
domingo, 1 de julho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
...rouca, insistente, oscilante.
De sons densos, fibrosos. De trama forte.
Suas notas vibrantes são fios de prata
que riscam o universo de um jeito quase infantil,
focadas em pontos específicos
mas com linhas desajeitadas e imprecisas..
mas com linhas desajeitadas e imprecisas..
São ruídos,
riscos,
cujas luzes explodem as pupilas do mundo.
cujas luzes explodem as pupilas do mundo.
Não sei. Explodo.
E de repente nem é música
e de repente é só grito
ou só rasgo.
De repente é um galho brotando, de repente é o infinito.
*sentimento crocante/cortante/concentrado*
Gaita na garganta, gaita em meus olhos, gaita no meu peito.
.Rouquidão.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Auto-retratos?
Um cachorro
Um cachorro filhote
Um cachorro filhote sozinho
Um cachorro filhote sozinho que acabou de acordar
Um cachorro filhote sozinho que acabou de acordar com fome
Confusão gigante na cabeça do coitado.
eclipse oculto
Minha mais nova conclusão (precipitada?):
Viver é enganar-se. Ser enganado.
Estão te fazendo de otário
nesse momento.
Há sempre alguém tentando te passar pra trás... Todo dia, ao
menos uma pessoa no mundo mente pra ti.
Te omitem coisas. Distorcem, manipulam.
Inventam...
A verdade é que não sabes a verdade, pois verdade não há e há muitas.
Engana a teu próximo
como engana-te a ti mesmo, é o que se aprende quando se torna adulto.
O que há por trás de todos esses véus? Como seria se nenhum véu houvesse?
Até que ponto esse fingimento generalizado é algo natural ou apenas um meio de sobrevivência nessa selva de máscaras?
terça-feira, 29 de maio de 2012
Eu quero é ver o oco, cheirá-lo, senti-lo, abraçá-lo e explodir com ele.
De novo aquela vontade de engolir
o mundo... Ânsia imobilizante de fazer tudo, que leva inevitavelmente a não se
fazer nada. Vontade de "explodir colorido, no céu dos cinco
sentidos. Nada no bolso ou nas mãos.” como bem descreve a frase da música caetanavelósica.
Muitas coisas me vêm em mente pra
fazer, muitos assuntos batem à portinhola torta da minha cabeça a fim de
serem destrinchados em tentativas quaisquer de textos. Muitos projetos, muitos
achismos, muitas confusões. Uma angústia que não vem do vazio existencial, aquele que nos visita de quando em quando, mas sim de um troço que seria uma
espécie de cheio existencial, é um muito, é um tudo, um tanto muito de tudo.
Universo se expandindo através
de novos movimentos. Organização não há. O caos é a ordem. A desordem conduz.
Novidades. Caminhos mil. Estanco. Descompreendo tudo. Compreendo nada.
Refugio-me. Me abstenho de mim. Mas em alguma parte do ar acima desse mar que me navega
turbulento, passeiam mansas aves que sabem ser este um daqueles momentos que antecedem
a chegada ao cume da montanha de subida tortuosa. O máximo de alguma coisa que
em instantes tornar-se-á seu extremo oposto inversamente proporcional. O que
vem? O que vem? O que vem? O que vem? O que vem? Pergunta doido o eco da minha consciência. O
quê, meu deus, pode vir? O que está por vir? O que esse devir safado está a
guardar de mim/ a mim?
O QUE SERÁ?
*
“A realidade é um fluxo ao qual é
impossível se apegar. Não há nada seguro nesse mundo.”
terça-feira, 22 de maio de 2012
De longe as pessoas são tão pequenas, aliás, é tudo tão pequeno quando se está distante.
Há, porém, um perto -um destino não muito fácil de se chegar- que escancara a grandeza de universo que todo mundo traz consigo.
Depois de alcançado, fica parecendo mesmo é que não há nada e nem ninguém que não traga em si o peso da complexidade de existir.
Há, porém, um perto -um destino não muito fácil de se chegar- que escancara a grandeza de universo que todo mundo traz consigo.
Depois de alcançado, fica parecendo mesmo é que não há nada e nem ninguém que não traga em si o peso da complexidade de existir.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Então é isso (!?), não importa o quanto a humanidade já te
surpreendeu, quão boquiaberta já te deixou, as pessoas ao teu redor ainda vão
te surpreender com algo feito da matéria mais inesperada, algo assombrosamente
alheio a tua vida, algo novo de fato, feito do escuro mais escuro que o
desconhecido mais longínquo pode te mostrar, algo -contraditoriamente- estupidamente
óbvio em se tratando de seres humanos. Será? Não consigo imaginar até onde vai o
fundo do fundo da feiura que uma alma pode ter...
A gente vive,
vive, vive, vive que só, só pra entender que os clichês estão quase sempre
certos, que aqueles lugares-comuns, dos mais comuns, não passam de verdades. Que
aquelas frases todas que foram repetidas a exaustão por toda a sua árvore genealógica,
por todos os sábios e ignorantes que a humanidade criou, por todos os porres
nos bares, os professores na escola, os molequinhos nas ruas, os avôs em suas
cadeiras de balanço, os motoristas de taxi, os melhores amigos, os livros, enfim
que todas essas palavras proferidas em looping por essas bocas todas da vida,
simplesmente têm razão. Nessa hora caem umas gotas grossas de desânimo na
testa.
Ah não! Por favor! Por favor! Por favor! Improvável,
impossível do universo, seja lá o que for, venha do infinito pousar na minha
frente e me provar que a vida e as pessoas não são tão óbvias assim. Vem logo!
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Aqui (ou Memórias Do Cárcere)_Cordel Do Fogo Encantado
Vou
Vou
pregar na parede
Um pedaço
de céu
Que você
me mandou
Vou
buscar outra constelação
Entre a
noite que vai
E o dia
que vem
Eu canto
aqui
Eu olho
daqui
Eu ando
aqui
Eu vivo
Canto
aqui
Eu grito
aqui
Eu sonho
aqui
Eu
morro...
(morro)
Vou
Vou
riscar no meu braço
Um pedaço
de mar
Que você
me deixou
E criar
outra recordação
Do
primeiro lugar
Que
acordei pra te ver
Eu canto
aqui
Eu olho
daqui
Eu ando
aqui
Eu vivo
Canto
aqui
Eu grito
aqui
Eu sonho
aqui
Eu
morro...
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Ou serei eu quem não estará lá?
http://rafaelsica.zip.net |
Que fotos serão essas que olharei taciturna sentada na beirada da cama?
Do que sentirei saudade?
Quem não estará lá?
O que falarão a mim os ventos de meus bolsos?
Que cor terá a linha puída que prenderá o último botão da minha bata florida e surrada?
Que ausências serão essas que me esmagarão a alma?
Que memórias preencherão de sépia o quarto ao meu redor?
Que tamanho terão meus cabelos brancos?
Quem estará a me encarar de dentro da xícara de café?
segunda-feira, 23 de abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Acho que podemos conviver duzentos anos com um ser humano que ainda assim sua alma continuará sendo um universo infinito, (quase) impenetrável, um buraco-negro, um abismo, toda a ordem e todo caos...
Só conhecemos das pessoas aquilo que por elas nos é permitido ter acesso.
O que sobra de suas almas além daquilo a que acessamos é desconhecido e adormece por detrás da acomodação e das muitas mentiras (consentidas ou não).
Esse resto todo dança inquieto nos vãos de cada caos interior.
Só conhecemos das pessoas aquilo que por elas nos é permitido ter acesso.
O que sobra de suas almas além daquilo a que acessamos é desconhecido e adormece por detrás da acomodação e das muitas mentiras (consentidas ou não).
Esse resto todo dança inquieto nos vãos de cada caos interior.
sexta-feira, 23 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
De repente o escuro é um tipo de luz...
Hoje pensei na sombra como um outro tipo de luz, não como a ausência dela, mas como outra forma de luminosidade, com partículas, matéria... Fiquei pensando no quanto a gente tenta evitar o contato com o escuro, com o que não é luz. Talvez pelo peso que o escuro carrega... Pensei nisso estando num lugar muito grande, vazio e escuro. Quer dizer, vazio não, ali estava cheio de alguma coisa densa, o escuro junto com o silêncio formaram uma matéria tão concreta quanto todos aqueles assentos sem ninguém e tão sufocante e misteriosa quanto uma floresta inóspita.
Enfim... Sei que provavelmente tudo isso deve ser científicamente estúpido. Em alguma mente -ou mesmo em muitos livros- do mundo deve haver uma explicação clara e óbvia pra que isso seja besteira. Normal.
Enfim... Sei que provavelmente tudo isso deve ser científicamente estúpido. Em alguma mente -ou mesmo em muitos livros- do mundo deve haver uma explicação clara e óbvia pra que isso seja besteira. Normal.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Não quero mais saber de nós.
As linhas todas, sejam longas, sejam "entre", sejam tortas, sejam ásperas... As quero.
Se tiverem que arrebentar, que arrebentem.
Se tiverem que se esticar, que se estiquem.
Se tiverem que ser tênues, que sejam.
Se for pra serem infinitas, que seus não-começos emendem com seus não-fins...
Que se enrolem, que se fortaleçam, que sustentem algo ou que levem pra algum lugar...
Que não deixem de ser linhas,
e que não deixem de haver também os laços,
...mas que não haja nós.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
frio súbito de estamira na alma
Nossa senhora da liberdade,
onde quer que estejas dentro de mim, livrai-me dessa armadura.
Quero
-nua diante da existência-
apenas ser.
onde quer que estejas dentro de mim, livrai-me dessa armadura.
Todas essas cascas que brotam como espasmos e se aglomeram me cobrindo e me imobilizando,
fazendo arder os olhos e me agoniando o juízo...
Derreta-as!
fazendo arder os olhos e me agoniando o juízo...
Derreta-as!
Não quero mais me proteger. Preciso me abster das defesas.
Quero
-nua diante da existência-
apenas ser.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
Eu gosto do estrago
"É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? (...) Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós."
Foi Kafka quem disse isso, e eu gosto muito dessas palavras, talvez pelo fato delas representarem a forma como tento lidar com a vida ou o aspecto da vida pelo qual, consciente ou inconscientemente, mais me atraio.