Então é isso (!?), não importa o quanto a humanidade já te
surpreendeu, quão boquiaberta já te deixou, as pessoas ao teu redor ainda vão
te surpreender com algo feito da matéria mais inesperada, algo assombrosamente
alheio a tua vida, algo novo de fato, feito do escuro mais escuro que o
desconhecido mais longínquo pode te mostrar, algo -contraditoriamente- estupidamente
óbvio em se tratando de seres humanos. Será? Não consigo imaginar até onde vai o
fundo do fundo da feiura que uma alma pode ter...
A gente vive,
vive, vive, vive que só, só pra entender que os clichês estão quase sempre
certos, que aqueles lugares-comuns, dos mais comuns, não passam de verdades. Que
aquelas frases todas que foram repetidas a exaustão por toda a sua árvore genealógica,
por todos os sábios e ignorantes que a humanidade criou, por todos os porres
nos bares, os professores na escola, os molequinhos nas ruas, os avôs em suas
cadeiras de balanço, os motoristas de taxi, os melhores amigos, os livros, enfim
que todas essas palavras proferidas em looping por essas bocas todas da vida,
simplesmente têm razão. Nessa hora caem umas gotas grossas de desânimo na
testa.
Ah não! Por favor! Por favor! Por favor! Improvável,
impossível do universo, seja lá o que for, venha do infinito pousar na minha
frente e me provar que a vida e as pessoas não são tão óbvias assim. Vem logo!