Meu primeiro encontro com ela e já consegui chegar em lugares os quais, sem sucesso, há muito, procurava. Ao menos houve cor e leveza e o que dói doeu um pouco menos. Continuei sentindo quereres sobre estar em outros lugares que não estes aquis que me são possíveis nestes agoras. Mas teve algo de sereno que me acalentou. Bom saber que posso construir lugares assim e que eles estão dentro de mim. Isso de mexer com cores, faz ressoar umas músicas bonitas em mim... Como é maravilhoso poder contar com isso! Ainda são parcas as palavras por aqui, guerreiras no deserto "seguem o seco" e conseguem musculatura para quebrar buracos nas crostas desse num sei quê que tem me abraçado tão forte. Quero logo os amanhãs que esses hojes tem me dado febre demais, calafrios e vertigens demais.
sábado, 5 de novembro de 2016
Uma prece para o abismo do que não conheço
Quanto tempo alguém é capaz de permanecer sentado sobre as sombras de sua própria solidão? De que matéria são feitos esses dias tão pesados que passam tão l e n t o s como quem nem gostaria de passar? Quantos demônios cabem nessas horas seculares em que tudo cabe mas nada convém? Quantos anos passaram-se hoje? Quantos terão passado até junho do ano vindouro? Quantas eus passarão até lá? Pode dar à luz quem só conhece à sombra? Onde a centelha divina? Onde o eu maior? Onde fui parar que não me encontro? Entrei em coma ontem e não consigo acordar. É escuro e devagar aqui. Ouço ao longe muitas vozes. Gosto da experiência de passar o dia a ouvir o silêncio, de não traçar palavra alguma, de não produzir som nenhum, de só ser e escutar. Há tanto lá fora e eu insisto em entrar. Mais um tanto de hectares inexplorados a descobrir. Sem asas desta vez... Com todas as forças que minha pequenez pode ter, com toda a densidade que a carne do meu coração carrega e todo o sentimento que possa caber em meu útero. Eu te enxergo e te abraço, peso de tudo o que não me é conhecido. Abismo do desconhecido, não sem medo, te digo: vem!
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
De Caruaru à Recife
Cactus. Montanhas recortadas. Retalhos de terra e planta. Vários tons de verde e marrom.
Durante o caminho três coisas me chamaram atenção além de todo o resto:
1. Um ser de três cabeças semelhante a um cão, próximo a um peixe e um cavalo marinho, ambos gigantes com pelo menos uns dois metros de altura... Pareciam ser de concreto e ferro. Todos como que guardavam a frente de uma porteira. Uma entrada de um lugar com muro bem colorido. Um lugar no qual preciso entrar um dia. Não vou esquecer.
2. Uma casinha um pouco tombada para o lado, bem ao fundo de um terreno bem comprido e fino quase como um caminho por onde só se passa e não se mora. Acima do portão, bandeirolas de pano com cores variadas tremulavam com o vento e indicavam alguma coisa sobre existir ali uma festividade invisível de todas as tardes.
3. Um barraco quadrado na beira da estrada, feito de ripas e pedaços reaproveitados de lonas com imagens publicitárias. Não parecia ter chão, nem divisões por dentro. Havia pobreza... No meio do que parecia a entrada, pendurado em uma ripa, um boneco colorido que aparentava ser de papel machê envernizado. Sozinho, de braços abertos, ligeiramente inclinado, parecia saudar quem passava pela estrada. Sua expressão não recordo, não sei se cheguei a enxergar. Havia beleza... Sorri sozinha e retribui a saudação. Pessoa que colocou ali o boneco para velar os viajeiros, eu enxergo você. Obrigada por existir.
Parti... Pela linda estrada... Pelos metrôs lotados de vendedores e sotaques... Pela saudade de alguma coisa que já vivi nessas terras em algum tempo que desconhecço... Feliz por ter podido voltar... Olhando distante pela cidade passando pelas janelas... Pedi: Nordeste me prometa que eu voltarei. De volta só o silêncio recebi como resposta.
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
sábado, 15 de outubro de 2016
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
nadalém
De volta aos espasmos... Tenho ouvido muito a músicas tristes. "Que música de igreja é essa menina?" É que se alojou aqui uma fraqueza... Vertigem constante. Desvontade... Preguiça de tudo isso que é vida. Nada é suficiente. Tudo o que não se possui é sempre o que parece mais maravilhoso. Dormências... Concentração no oco que há, no oco que sou. Aí não consigo fingir, só consigo me ligar ao que sinto que é ligado à minha vibração ou à minha ausência de vibração. Tenho tido dificuldade de me traduzir à mim mesma. Não sai um texto que me agrade, nenhum desenho flui, nada é macio, tudo é moroso e pouco nítido. O tempo vai pesando e de repente não há mais nenhuma batida enérgica que possa sair da playlist do celular, tudo é devagar, sem pressa, quase morto, como tem sido o bombar do meu sangue. As palavras saem como uma embalagem de chiclete jogada por alguém displicentemente na rua... Frívolas, secas, solitárias e inúteis.
Entro em mim vestindo um farrapo qualquer. Olho ao redor, não tiro os sapatos, não lavo as mãos, não bebo água, não me banho. Apenas me sento na cadeira confortável da sala de estar, misturo com o café leite em pó. Me embalo como se nada mais além houvesse e pode ser que nada haja mesmo e esse "além" seja mais uma infante invenção humana.
É a tal da primavera minguante que vez ou outra entre espasmos e dormências me amansa para além do limite saudável da mansidão. Quase paralisada, eu absorta me desconecto, ou me conecto com outras dimensões além do que é palpável no passar dos dias. Não sei... No fundo é um tremor... Um terror... Um medo... No fundo é só o fundo, o piso de areia movediça da alma crescendo...
Termino o café e permaneço. Nenhum movimento além de toda a loucura do mundo que se move alucinada da porta pra fora. No fundo da xícara, além de meus próprios olhos, o tempo e mais nada.
"Não há nada além
Não há nada além agora aqui
Não há nada agora além daquilo que eu sou
Silêncio e som
Povoam o meu corpo
Era a pedra e eu
(...)
E o nada
Pousando em mim"
...
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Rio, horizonte fluido.
O que mais me marca em viver onde vivo é poder vez ou outra lançar ao longe o olhar e receber em troca um horizonte fluido a me acarinhar e dizer que nem tudo é tão duro assim.
Se já amo as ruas pela sensação que elas me provocam, (de pertencimento, suspensão, conexão e introspecção ao mesmo tempo) amo-as mais ainda porque algumas me levam até a linha das águas dançantes, onde o limite é ilusão e a distância é permanente.
Se há um algo para o qual a gravidade me atrai desesperadamente, esse algo é essa cercadura de curvas circunscrita entre a terra e o céu, que de longe se mostra um portal pro infinito, um triz entre o chão e o etéreo e de perto pesa e dança, fazendo ecoar ventos que cantam e fazem dormir monstros residentes nos peitos de quem passa demasiado perto.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
No útero abissal ecoa tua dança infinita*
“O
que é aqui?” assim começou minha experiência com um espaço
chamado Espaço Experimental e com o espetáculo “Cara da mãe” do Coletivo Cênico Tenda Vermelha. À
deriva pelo centro histórico de Recife, um lugar me chamou atenção.
Passei, voltei e indaguei. Pois bem, a resposta
foi: “Vai ter um espetáculo, daqui a 20 minutos.” “Ah, que
legal! De quê? Dança? Teatro?” “Não tenho certeza, mas acho
que os dois...” “Quanto custa?” “20 reais”… “Obrigada”. Fiquei.
Recebemos
vendas vermelhas, feitas com um tecido que mais parecia uma tela, não encobria a vista totalmente, deixava apenas sobre o olhar
um filtro translucido de cor vermelha… Interessante… Aguardamos o
horário na escada, começou a chover lá fora. No momento certo
subi as escadas, curiosa, presente.
Guiados
pelas artistas, sentamos… Ouvimos vozes fortes, olhares intensos e penetrantes, elas se reportavam à nós. Saias rodavam suave e
ferozmente em contraluz espalhando a fumaça ao redor. Era vermelha
também a luz, branda. Várias cenas umas mais compreensíveis que
outras, se desenrolaram em nossa frente e éramos pouco a pouco
convidados a mergulhar em lembranças de coisas que não pertenciam a
nossa memória mas que ao mesmo tempo era de lá mesmo que haviam
saído.
Gestos
fortes, corpos em movimento, chão, mãos, pernas, pés. Era como se
eu estivesse flutuando em meio ao bailar das andorinhas quando o sol
se põe. Me desloquei de qualquer tempo-espaço, estava lá, em suspensão e podia
sentir tudo aquilo como um grande carinho, um grande abraço, um
aconchego de mãe.
Ao
final, fomos chamados para mais perto. E de repente me vi em um
ventre. Calmo, macio, líquido, translúcido e vermelho. E elas que
nesse momento já pareciam imagens de seres etéreos dentro de um
universo onírico e nostálgico, saíram do limbo de
saudade em que pareciam estar e abraçaram, um a um dos que estavam
presentes. Ao som de cantigas suaves… Sob a leveza dos sorrisos e
olhares surpresos ao redor. “Sou de nanã euá euá eaê...” Ecoava... As ondas sonoras me tocaram cada poro... Emoção. Lágrimas… Não me contive. Não fui abraçada e nem
notei, pois que houve um abraço maior que me acalentou. Não queria
ir embora…. Mas fui… Flutuando procurei pelo caminho de casa e
achei, sentindo em meu "útero abissal" ecoar aquela intensa e bela
dança infinita.
Maravilha
pra mim é encontrar vez ou outra, distraidamente, esses ninhos tão
deliciosos de se aconchegar, onde se torna inevitável o descansar.
Essas coisas de gente me fascinam, não sei direito pra que serve ser
humano, mas sei que já encontramos uns jeitos suaves e bonitos de
tocarmos uns aos outros. Me comove muito sentir quão profundo podem
ser alguns momentos e o quanto os dias podem nos guardar coisas que
carregam o peso da gravidade e da essência desse mistério todo que
é existir sendo gente.
* a frase do título faz parte do espetáculo
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
debaixo das camadas de carne, trincheiras...
Há em mim um algoz sanguinário e odioso, de peito petrificado, pequeno e demoníaco, sedento de lágrimas negras, que fere a cada passo que dá. É feio e ingrato, egoísta e mesquinho. Frágil e rancoroso. Insanamente existe ele, a se defender, a atacar. Sua vítima, igualmente, mora em mim, e minha visão fica turva ao tentar enxergá-la, só sei que também existe em alguma dimensão de meu vão interior. Meu oco é então, pano de fundo para as mais sangrentas batalhas. Lutas sem sentido, vazias, dolorosas... Sem entender, sigo sendo perfurada a flechadas, tiros, explosões e muitas implosões. Algo em mim me quer muito mal. E algo em mim foge disso, sob ferozes ataques. Me sinto como um organismo perturbado que por motivos obscuros confunde proteínas com agentes invasores, e as ataca. Uma alma autoimune talvez? Há dias em que acordo e junto de mim despertam esses demônios, não sei como detê-los. E será que há como? Onde a poesia? Onde a sustância de tudo que há? Onde eu fico enquanto duelam em mim algozes mortais? Quem me guarda de mim?
Não me admira todo esse estrago na humanidade, se na mínima instância da existência, dentro dos liames dos universos particulares, tanto tormento pode ser criado por um único ser...
*não sei de quem é a imagem
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Para que serve a lucidez?
Para que serve a lucidez?
Para
assistirmos, imersos em desespero e impotência, aos processos obscuros
da história que nos rodeia?
Que
diferença faz a consciência crítica, se ela apenas observa,
atônita, inerte?
Pra
que serve a lucidez, se nossa palavra e sensatez não faz eco nos
desvios que os caminhos deveriam fazer?
De
que vale a cosmovisão, se ela não volta para o chão para intervir
no curso macabro de certos devires?
A
que serve tantas pessoas cientes, tantas análises, tantas
explicações?
A
que serve tantos entendedores de Foucault? Tantos cientistas políticos? Tantas hashtags? Tantos do “lado certo da história”?
Ao
que parece, esquecemos que é preciso estar presente para além da
voz ou para além do olhar. De
que adiantou assistirmos esse quadro tenebroso surgir no horizonte,
horrorizados? Que diferença faria assistir a ele, alienados? Que nos
falta pra usar nossas forças? Precisamos pular os muros ilusórios
criados por eles, esses muros não existem! Perfuremos a casca dura
forjada historicamente para isolar-nos daquilo que são nossas
próprias rédeas!
Não
é mau desejar o bem coletivo, não é mau sair de nossos solitários
quadrados claustrofóbicos e vislumbrar o melhor para algo além do
espaço vazio que já fora ocupado por nossos cordões umbilicais.
É
preciso perfurar a parede de concreto e crime que nos separa da
“política” que aí vigora. Não há política sem a sociedade e
uma parte da sociedade sempre será apenas uma parte dela. Nós somos
mais. Temos que invadir com raiva e amor no coração as entranhas
deste território que nos vem sendo negado.
Não é a toa que muitos
dizem “não estar nem aí” para política. Apenas seguem o script
tal qual ele foi escrito. É como não estar nem aí pra sua casa.
Uma hora ela vai cair na sua cabeça, e vai ser impossível se mover,
tantos entulhos pelo chão não lhe permitirão saber onde ou como
pisar, não haverá mais nada limpo, nada o que comer, as paredes
ruirão. Não haverá movimento além do acúmulo de deterioração. A tendência é ou morrer,
parado e inerte em meio a isso, ou tomar atitudes práticas, pensar no que tirar
primeiro, que movimento fazer, onde pisar, para que lado se virar ou ao menos, para onde olhar…
E nem que seja nesse momento, vai ter que se estar “aí pra
política”, por que é a sua casa! É a sua vida! São nossas cidades! É o nosso planeta! É o seu caminho
que está sendo conduzido por quem não se importa com a sua
existência. Que sentido faz isso?
Precisamos ocupar esses espaços que são nossos mas que
historicamente nos foram usurpados, nunca os ocupamos devidamente,
desde a colonização. Precisamos reunir nossas mentes e energias mas
também nossos braços e pernas, para construir o que queremos, a
construção não se fará sozinha, chega de pensar: Ajamos! Tomemos nossas rédeas! Perfuremos as crostas que fecharam as instituições, as esferas públicas! Sejamos a “luz do sol, que a folha traga e traduz em verde novo, em folha, em graça, em vida, em força, em luz”, ou sejamos todos soterrados por essas ruínas que há tempos caem em nossas cabeças.
!!!!!
!!!!!
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
porções de nada
Falo coisas em minha mente o tempo inteiro. Narro o que vejo, seja de meus olhos pra dentro, seja de meus olhos pra fora. Narro como se escrevesse um livro durante todas as 24 horas dos dias. Como alguém que à espreita é expectador de si mesmo e os acontecimentos que o envolvem. Como se uma dimensão do eu que sou, saísse de mim e me olhasse de fora mesmo que de dentro.
Coleciono buracos. Como um personagem de um filme que vi... Faço buracos nas coisas e me aposso deles, como se aquelas porções de nada fossem minhas e fizessem parte de mim.
Talvez o personagem fale de todo mundo, talvez todo ser humano seja um colecionador de buracos, mas cada um cria um jeito de fazê-los e inventa a disposição na qual eles serão arrumados ou mesmo o espaço e a dimensão que eles ocuparão na sua vida.
Parece possível então que alguém escolha -ou que a vida escolha por esse alguém- se cobrir de buracos. Posso até ver o passar lento do tempo presenciando a criação cuidadosa e invisível de cada porção de vazio. A cada nova manhã o nascimento de um nova marca negativa surgindo devagar no relevo áspero do algo no qual se forma o buraco. Cada lasca de coisa sendo retirada para abrir espaço para o próprio espaço...
Seria um ser/estar que não é e nem está, então? Se alguém se cobre de buracos, se torna um? Um monte de buracos cheios de nada? Um grande buraco, feito de pequenos outros? Um preenchimento vazio. Um vazio que preenche.... Nadas...
sexta-feira, 8 de julho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
O - b - r - i - g - a - d - a !
Coisa mais maravilhosa... Viver. Sempre me comovo tanto com tudo... Mas às vezes o universo me toca diferente. Hoje chorei. Com as pernas latejando, cansaço generalizado... Chorei de tanto amor pelas pessoas que estão ao meu redor. Chorei pelo tanto de vida que é possível produzirmos no desenrolar dos dias. Chorei, que é de choro também minha matéria. Chorei sentindo o quanto quero bem a isso tudo em que minha existência se desencadeia. Chorei e sorri com toda a alma, sentindo quão raro é ser e estar aqui, agora, com tudo isso que se/nos move e é movido ao nosso redor.
Que raro somos!
Pode ser que sejamos o deus que tanto buscamos.
Cada vez mais me parece que todas as respostas e todos os motivos são/estão nas pessoas.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
a gua r dar se
(a)guardo-me em mim
como uma caixa dentro d'outra
guardo-me e me obrigo a olhar-me
guardo-me, que é para saber onde me encontro
guardo-me que é de "perder-se" a matéria que me compõe
guardada, encaro as faces de meu avesso
faces que me comprimem, sufocam
faces conhecidas que desconheço
guardada, salvo-me de mim mesma
salva, me vejo presa
peso
eu, presa, pesada, adormeço
aguardo a dor, guardo a morte
amorteço
como uma caixa dentro d'outra
guardo-me e me obrigo a olhar-me
guardo-me, que é para saber onde me encontro
guardo-me que é de "perder-se" a matéria que me compõe
guardada, encaro as faces de meu avesso
faces que me comprimem, sufocam
faces conhecidas que desconheço
guardada, salvo-me de mim mesma
salva, me vejo presa
peso
eu, presa, pesada, adormeço
aguardo a dor, guardo a morte
amorteço
sábado, 25 de junho de 2016
ventania
Anteontem houve sopros de tempestade na cidade. Depois da destruição, pairaram ares de pureza e claridade. Do ônibus assistia a tudo, narrando mentalmente o tudo que me era presente, porém com verbos no passado. Era um presente tão etéreo que o passado o alcançou no momento mesmo em que sua existência rodava naquele agora. Escreveria aqui todo esse presente que em câmera lenta se derramou para mim, caso eu lembrasse. Esqueci todas as palavras que disse. Daqueles minutos guardei apenas alguns restos de sombras dos filmes de vida que eu vi passar pela janela.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
quarta-feira, 22 de junho de 2016
terça-feira, 21 de junho de 2016
domingo, 19 de junho de 2016
sábado, 18 de junho de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
sexta-feira, 27 de maio de 2016
terça-feira, 24 de maio de 2016
sonhos lúcidos
Ás vezes seres alados me fazem visitas oníricas... Esses dias já foram um beija-flor, um pássaro pequeno de peito amarelo-queimado e asas azuis e um filhote de gavião receoso de levantar voo.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
terça-feira, 17 de maio de 2016
voo
Oito em ponto.
Acordo bruscamente.
Devagar e confusa, uma lágrima pouco densa percorre meu rosto.
Coração acelerado.
Estômago vazio.
Suspiro demorado.
Fome.
Emoção.
Fecho os olhos e os abro do avesso. E como se eu fosse céu, um pássaro faminto voa dentro do meu peito, lentamente... Sedento de horizonte, rasga o ar, selvagem e delicadamente. Seus olhos, como espelhos d'água refletindo o firmamento, parecem portais para o infinito. No reflexo, bem se vê, entre as estrelas, uma mulher dança de um jeito belo.
Fecho os olhos e os abro para fora. Abro o peito, carrego na mão uma estrela e voo-me embora.
Acordo bruscamente.
Devagar e confusa, uma lágrima pouco densa percorre meu rosto.
Coração acelerado.
Estômago vazio.
Suspiro demorado.
Fome.
Emoção.
Fecho os olhos e os abro do avesso. E como se eu fosse céu, um pássaro faminto voa dentro do meu peito, lentamente... Sedento de horizonte, rasga o ar, selvagem e delicadamente. Seus olhos, como espelhos d'água refletindo o firmamento, parecem portais para o infinito. No reflexo, bem se vê, entre as estrelas, uma mulher dança de um jeito belo.
Fecho os olhos e os abro para fora. Abro o peito, carrego na mão uma estrela e voo-me embora.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
particularmente, lua
"Sou diariamente a dor que me passeia
A dor que me anseia ser
Particularmente rua
Sou um sol brilhante
De um dia incandescente
Sou luz calor calante
Bruxa de um chão doente"