sábado, 7 de janeiro de 2017

o cosmo em mim



Vi uma pessoa. Alguém que se mexia. Vi mãos e pés, cabeça e barriga. Um ser, mas não qualquer, um humano. Assombro. Quer dizer então que guardo em mim o infinito? Meu corpo carrega a imensidão do lugar de onde vêm as pessoas... Quão grande é isso? Não sou capaz de medir. O que posso fazer é não entender como esse processo pode ser tão normal. Todos que aqui estamos viemos através dele. Nascer... Quantos mistérios carrega esta palavra? Como alguém pode se acostumar com um outro ser humano dentro de si? De onde veem eles antes de atravessar o portal? Antes de nos atravessar? Antes de mergulhar em uma dimensão oculta e através de um segundo ser, emergir em uma dimensão outra? Outro "aqui" e outro "agora"... Somos portais... Que loucura! Me tremo ao tentar pensar na amplitude que isso possa ter. Desde que me achastes, pequenino alguém, sou toda desnorteio, toda esplendor, toda assombro e toda amor. Encarando o cosmo em mim, olhando para os céus que se abrem em abismo e luz aqui, te aguardo com a ânsia de quem nada sabe.