quarta-feira, 7 de outubro de 2015

desconcentração

Não consigo me concentrar.
Não consigo acordar, levantar e resolver.
Não consigo resolver, não consigo.
Nada.
Aquela hora em que o céu fica azul e rosa... Aquelas horas todas derretidas... Aquelas horas todas. Coração inflamado.
Problema de desnitidez. Desfocolia.
Não me concentro.
Meus gestos mais mínimos, sempre destroem, em maior ou menor proporção, estão sempre destruindo.
Enxergo muito bem coisas que não são ou estão. Enxergo só o que se sente. Sinto demais.
Inflamação na alma. Doses diárias de pequenos vulcões.
Mente saindo do ar de quando em quando, ruídos de comunicação interna.
Câmera lenta.
Montanhas russas na garganta, ventos negros e agudos no rosto, ventos frios. Sopros desconcertantes de vida.
Existência erradia.
Em cada horizonte um nascimento furando a alma. Ao fim do dia, uma morte gritando a vida.
Àguas e sóis se pondo. Àguas e sóis nascentes.
Impermanência constante.
Cortes em um rosto sem boca. Boca que nada diz. Olhos que dizem mais.
Atenção demais, informação demais, não consigo me concentrar.