domingo, 7 de abril de 2019

Manhã nova

~notas agudas e espaçadas de piano~

De-li-ca-da-men-te
Tal qual gota de orvalho
Que ao mesmo tempo firme e trêmula
Em sua translúcidez cíclica
Na ponta da verde folha, viva e crescente
Sob a luz difusa, clara e serena do sol preguiçoso da manhã
Amanheço.
De um sono profundo... Vagaroso... Pesado... Escuro... Amanheço!
Me confundo com a manhã, me abro à luz viva do universo.
Abro os olhos, os olhos do mundo me abrem.
Eu, água... Volto a fluir entre muitas dimensões: Terra, ar, organismos vivos, escorro pelas ruelas, molho rostos, alago...
Evaporo, dissolvo, diluo, arrebento!
Chovo, como garoa, como tempestade!
Sou orvalho, oceano, poça.
Rio Amazonas, lago, pororoca!
Eu existo! Eu vivo! Sou/Estou aqui!
Sigo... Nem sempre líquida e flúida, mas, de novo, em movimento.